As eleições no MPLA são tão importantes quanto as eleições gerais do país. O futuro presidente do MPLA poderá potencialmente vir a ser o próximo presidente de Angola. O que acontece no MPLA tem reflexos na vida de todos angolanos. É nessa perspectiva que todos angolanos devem estar preocupados com a eventualidade de Higino Carneiro vir a ser o próximo presidente do MPLA e consequentemente de Angola.
Por Malundo Kudiqueba
O histórico de Higino Carneiro como governante é uma clara indicação de que ele não possui as qualidades necessárias para liderar Angola. A sua gestão ineficaz e promessas não cumpridas em Luanda e Cuando Cubango são testemunhos de sua incapacidade de promover o desenvolvimento e melhorar a vida dos cidadãos. A ambição de se tornar presidente é um perigo que Angola não pode dar-se ao luxo de enfrentar. Precisamos de líderes que possam inspirar e conduzir o nosso país para um futuro melhor, não de figuras que representam a continuidade de uma era de mediocridade e estagnação.
O percurso e o currículo político de Higino Carneiro está manchado de sangue, até porque ele próprio confessou publicamente ter participado na captura que resultou na morte de Nito Alves. A carreira política de Higino Carneiro tem uma nódoa que nunca irá desaparecer.
Os angolanos estão preocupados com a possibilidade de figuras controversas como Higino Carneiro assumirem papéis de liderança dentro do MPLA. Higino Carneiro, devido à sua história e às suas declarações públicas, emerge como uma figura polémica. A sua associação com a corrupção, perseguições e alegações de envolvimento em casos de assassinato, como a confissão pública da sua participação na morte de Nito Alves, levanta sérias preocupações sobre a sua idoneidade para ocupar um cargo de liderança tão importante como a presidência de Angola.
A ascensão de uma figura controversa como Higino Carneiro ao poder poderia representar um retrocesso para Angola, e poderia minar a confiança do povo angolano no governo e desencadear um clima de instabilidade política e social. Higino Carneiro é parte do problema e nunca será solução para o futuro de Angola. Ele faz parte de um passado que não pode ser repetido no futuro.
A confissão de Higino Carneiro é uma afronta directa à memória de Nito Alves, revelando as profundas injustiças e traições perpetradas durante o regime de José Eduardo dos Santos. A sua participação na captura de Nito Alves não apenas confirma as suspeitas de longa data sobre a brutalidade do regime, mas também destaca a impunidade com que muitos dos seus perpetradores operaram.
O país precisa de líderes que ofereçam mais do que palavras vazias; precisamos de líderes com visão, estratégias claras e um compromisso genuíno com o progresso nacional. Um líder deve ter um projecto para o país e um modelo governativo. Higino Carneiro não tem perfil e não apresenta os mínimos requisitos exigidos para o cargo. Higino Carneiro não precisa ser presidente do país para ajudar a melhorar o nosso país. Honestamente falando, ele seria mais útil como empresário do que como presidente.
A carreira política de Higino Carneiro está repleta de promessas não cumpridas. Desde melhorias na infra-estrutura até à criação de empregos e à redução da pobreza, as suas promessas raramente se concretizaram. Essa discrepância entre discurso e acção não só mina a confiança pública, mas também impede o progresso real e sustentável. Dada a sua história de gestão medíocre e ineficaz, a ambição de Higino Carneiro de se tornar presidente de Angola é profundamente preocupante. Angola precisa de líderes competentes, visionários e comprometidos com o bem-estar de todos os cidadãos. Alguém com um histórico tão manchado de incompetência e falta de resultados positivos não deve ser considerado para o mais alto cargo do país.
Higino Carneiro não é um exemplo para ninguém. A sua trajectória política, marcada por cumplicidade em alegados assassinatos e participação em um regime opressor, deveria ser um alerta para todos nós sobre o tipo de liderança que precisamos evitar. A ideia de ter um presidente com um passado tão sombrio é uma traição aos ideais pelos quais muitos angolanos se debateram. O MPLA ficará ainda muito mal visto do que já está caso Higino Carneiro venha ser o próximo presidente do partido.
Termino dizendo o seguinte: O que acontece no MPLA não é apenas uma questão interna do partido, mas sim um assunto de interesse nacional.